Ir para conteúdo principal
Logotipo
Conteúdo Principal

Existem muitas formas de se contar a história de um povo; seja desde a antiguidade, através de pinturas em cavernas, ou com a modernidade de um smartphone focando no QR Code sobre determinado assunto. Livros de história são ricas e vastas fontes de conhecimento sobre fatos e acontecimentos. Mas como personificamos tais situações de maneira única?

Uma instituição, como o município, apresenta, através de sua bandeira, hino e brasão de armas, a vida e as marcas de sua população. São José do Norte, por exemplo, têm seus símbolos oficiais representados na composição musical, vexilologia (do latim vexillum, que significa estandarte) e heráldicos regulamentados pela Lei Municipal nº 21/1971, que conheceremos agora:

 

BRASÃO OFICIAL

Pelo artigo 19 da Lei Municipal nº 21/1971, que versa sobre as armas, o Brasão é descrito da seguinte forma em termos heráldicos: “Escudo samnítico encimado pela coroa mural de seis torres, de argente. Escudete em três faixas. Em campo de argente, posto em abismo, um escudete de goles com cinco asas de argente em aspas e timbrado de uma asa de sable; à destra e à sinistra do escudete uma haste de lírio e palma entrecruzados, ao natural. Em ponta, um aguado de blau e ondado de argente com três peixes nadantes do mesmo. Como suportes à destra e à sinistra do escudo, caniços de sable, fisgando peixes de argente e escamados de sable e résteas de cebola ao natural. Abaixo do escudo, um listel de goles, contendo em letras argentinas os topônimos ‘São José do Norte’ e ‘Mui Heróica Villa’, ladeado por milésimos ‘1763’ e ‘1831’”.

Ufa! Complicado, com certeza. Vamos traduzir e interpretar o que significa cada termo da lei? Antes de tudo, devemos compreender que muitos dos termos técnicos da heráldica (arte de descrever brasões ou escudos) derivam do francês.

Entenda as cores descritas na lei:
Argente – Prata
Argentina – Prateada
Blau – Azul
Goles – Vermelho
Sable – Preto

Agora entenda a simbologia de nosso Brasão Municipal:

1 – O escudo samnítico foi o primeiro estilo de escudo introduzido em Portugal por influência francesa, herdado pela heráldica brasileira como lembrança à raça colonizadora e principal formadora de nossa nacionalidade.

2 – A coroa que vai acima do escudo é o símbolo universal de domínio, composta por seis torres, das quais apenas quatro são de fácil visualização. Classifica a cidade representada como de Terceira Grandeza (município que teve sede em vila). Junto da coroa de prata está um escudete com as cores do Rio Grande do Sul, indicando a qual unidade da federação pertence São José do Norte.

3 – A cor prata metálico, que dá o tom de fundo ao escudo, simboliza a paz, amizade, trabalho, prosperidade, pureza e religiosidade.

4 – O escudete vermelho com cinco asas prateadas, colocadas em aspas na parte interna do escudo samnítico e timbrado com uma asa preta, reproduz as armas da família Abreu em homenagem ao fundador do município: Cristóvão Pereira de Abreu. O escudete está na cor vermelha representando também a audácia, valentia e dedicação. O preto da asa, acima do escudete carrega a austeridade, prudência, sabedoria e moderação.

5 – Na parte interna do escudo existem, em ambos os lados do escudete vermelho, lírios e palmas entrecruzados representando São José – padroeiro da cidade.

6 – Logo abaixo, estão os três peixes em águas onduladas. Uma referência ao Oceano Atlântico e à condição de cidade litorânea.

7 – E é do mar que vem uma das riquezas nortenses. A pesca está lembrada com os anzóis na parte externa do escudo, juntamente com as réstias de cebola, indicando o principal produto do setor primário, que colocou São José do Norte no cenário nacional.

8 – Na faixa vermelha, abaixo do escudo, inscrito com letras prateadas está o nome do município com remissão para dois anos: 1763, ano da fundação do povoado, e 1831, quando de sua emancipação política.

9 – O título de “Mui Heróica Villa”, colocado abaixo do nome do município, foi concedido pelo Imperador Dom Pedro II, em 1841, em virtude da resistência de sua população às forças revoltosas de Bento Gonçalves durante a Revolução Farroupilha.

O Brasão Municipal é colocado junto à documentação oficial, sendo facultado seu uso tanto aos vereadores quanto ao prefeito municipal enquanto durarem seus respectivos mandatos. Também é permitido seu uso em viaturas e máquinas pertencentes ao patrimônio ou na fachada de prédios públicos. A proporção utilizada é sempre a de 7:8.

 


 

BANDEIRA OFICIAL

A bandeira nortense é confeccionada em faixa, sendo de fundo azul, constituída por duas faixas brancas carregadas de sobrefaixas vermelhas paralelas, que partem de um triângulo branco sobre o qual é aplicado o Brasão Municipal. Seguindo a heráldica portuguesa, colonizadora da região, as virtudes de cada cor são dispostas da seguinte forma: o branco representa a paz, integridade, amizade, prosperidade e pureza; azul significa justiça, lealdade, inocência e piedade; e o vermelho, por sua vez, carrega a fortaleza, bons cuidados, valorosidade, fidelidade, alegria e honra.

O Brasão, na bandeira, representa o governo municipal e o triângulo sob o qual ele é aplicado simboliza a própria cidade-sede. As faixas, partindo desta figura geométrica, que dividem a flâmula em si, têm a simbologia da irradiação do poder público a todos os quadrantes de seu território. A Bandeira Municipal segue as regras de proporcionalidade de 7:10 – a mesma da bandeira do Brasil.

 


 

HINO OFICIAL

Oficializada em 1986, a música representa em refrãos e estrofes os feitos do povo nortense, suas belezas naturais, seus filhos ilustres, e expressa de forma pulsante o amor de quem aqui reside.

Por iniciativa do Gabinete do Prefeito e da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Smec), foi organizado e promovido concurso para eleger letra e música oficial de São José do Norte.

Os participantes enviaram suas letras através de pseudônimos, para que a professora de língua portuguesa Maria Conceição Silva, a professora de música da Escola de Belas Artes Heitor de Lemos, de Rio Grande, Hieda Viana Couto e o historiador Dr. Jader da Costa Amaral avaliassem melhor a obra.

Por unanimidade, o compositor Loreno Pastore venceu o concurso e teve suas palavras imortalizadas nas letras abaixo:

Eu sou nortense e tenho amor à minha terra
morro por ela no campo ou na cidade
mesmo distante, em qualquer lugar
eu sou teu filho e não deixo de te amar

Fostes a brava “mui heroica” dos Farrapos
fostes também a capital do nosso Estado
Garibaldi, Bento Gonçalves
e tantos outros engrandecem teu passado

Terra de Marcílio Dias
terra de Tamandaré
tantas glórias do passado
mas que ainda se mantém de pé
poetisa Delfina da Cunha
nos teus versos é que busco inspiração
quero ver toda cidade
cantando com vontade, este nosso refrão
p’ra saudar a capital
que agora é mundial, pela sua produção

Areias claras lenço branco da saudade
nos verdes campos a esperança no amanhã
por tuas glórias, brilhante história
é que teu povo te adora e é teu fã

Pois é assim a minha São José do Norte
de frente ao mar e neste lindo céu de anil
quem te conhece, jamais te esquece
pois és p’ra mim a grande terra do brasil.

Letra e música: Prof. Loreno Pastore

Documento(s)

Conteúdo Rodapé